sexta-feira, 19 de abril de 2013

Os sinais de pontuação



A língua escrita apresenta muitas diferenças em relação a língua falada.
Na fala, podemos contar com uma série de recursos para dar eficácia à mensagem, tais como gestos, tom da voz, expressão facial, entoação, etc. Enfim, quando falamos, nossa mensagem vem reforçada por inúmeros recursos que não temos quando escrevemos. Para tentar reproduzir na escrita os recursos de que dispomos na fala, contamos com uma série de sinais gráficos denominados sinais de pontuação.
Os sinais de pontuação servem para marcar pausas (a vírgula, o ponto-e-vírgula, o ponto) ou a melodia da frase (o ponto de exclamação, o ponto de interrogação, etc.).
O emprego dos sinais de pontuação não é somente marcado por regras. Existem também razões de ordem subjetiva, ou de estilo, que determinam a pontuação de um texto.
A seguir, apresentamos algumas orientações sobre o assunto.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação que marca uma pausa de curta duração e serve para separa termos de uma oração, ou orações de um período.
A ordem normal dos termos na frase é a seguinte: sujeito, verbo, complementos. Essa ordem é chamada de ordem natural ou ordem direta.
Quando dispomos a frase em ordem direta, não separamos seus termos imediatos. Assim, não pode haver vírgula entre o sujeito e o verbo,
nem entre o verbo e seu complemento, quando a oração se apresentar em ordem direta, como no exemplo abaixo:
Os indignados réus mostravam suas razões para as autoridades de forma firme.
“ A obscenidade existe e está bem diante de nossas caras. É o racismo, a discriminação sexual, o ódio, a ignorância, a miséria. Tem alguma coisa mais obscena na guerra?”
Madonna
A vírgula está separando vários núcleos de predicado da oração.
Utilizamos a vírgula quando a ordem direta é rompida. Isso ocorre basicamente em dois casos:
Quando intercalamos alguma palavra ou expressão entre os termos imediatos, quebrando a seqüência natural da frase.
Os indignados réus, muitas vezes, mostravam suas razões para as autoridades de forma firme.
“O que o galhofista queria é que eu, coronel de ânimo desenfreado, fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente.”
quando algum termo (sobretudo o complemento) vier deslocado de seu natural na frase.
De forma firme, os indignados réus mostravam suas razões para as autoridades.
“Em presença de tal apelação, mais brabento apareceu a peste”


Ponto-e-vírgula
O ponto-e-vírgula marca pausa maior que a da vírgula, porém menor que a do ponto.
Justamente por ser um sinal intermediário entre a vírgula e o ponto, fica difícil sistematizar seu emprego. Entretanto há algumas normas para sua atualização.

Utilizamos ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas que já apresentem vírgula em seu interior, ou que tenham certa extensão, ou ainda que se contrabalancem em força expressiva.
Nunca use ponto-e-vírgula dentro de uma oração. Lembre-se: ele só pode estar separando uma oração de outra.
Com razão, aquelas pessoas, muitas vezes, reivindicavam seus direitos; porém os insensíveis burocratas, em tempo algum, deram atenção a elas.
“Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte, para ver a alma”. (Bernard Shaw)
Muitos se esforçam; poucos conseguem.
Uns trabalham; outros descansam.

Dois-pontos
Os dois-pontos marcam uma sensível suspensão da melodia da frase. São utilizados quando se vai iniciar uma seqüência que explica, identifica, discrimina ou desenvolve uma idéia anterior, ou quando se quer dar início a fala ou citação de outrem. Observe:
Descobri a grande razão da minha vida: você.
Já dizia o poeta: “Deus dá o frio conforme o cobertor”.

Aspas
As aspas devem ser utilizadas para isolar citação textual colhida a outrem, palavra ou expressões que não pertençam à língua culta (gírias, estrangeirismos, neologismos, etc.).
Diz Thomas Mann em A montanha mágica: “Todo caminho que trilhamos pela primeira vez é muito mais longo e difícil do que o mesmo caminho quando já o conhecemos”.
O Rapaz ficou “grilado” com o resultado da prova.
Morava num “flat” onde havia “play-ground”.

Travessão
O travessão serve para indicar que alguém fala de viva voz (discurso direto). Seu emprego é constante em textos narrativos em que personagens dialogam.
Leia o texto abaixo:
“- Salve!
- Como é que vai?
- Amigo, há quanto tempo...
Podem-se usar dois travessões para substituir duas vírgulas, que separam termos intercalados sobretudo quando se quer dar-lhes ênfase.
Pelé – o maior jogador de futebol de todos os tempos – hoje é um bem-sucedido empresário.

Reticências
As reticências marcam uma interrupção da seqüência lógica do enunciado, com a conseqüente suspensão da melodia da frase. É utilizada para permitir que o leitor complemente o pensamento que ficou suspenso.
Nas dissertações objetivas evite as reticências. A clareza na exposição é preferível a esperar que leitor adivinhe o que você quis dizer.





Fonte: Professor Eduardo da Rocha
FAATESP




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